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A grande oferta de fertilizantes no Brasil tem feito com que novas importações desse insumo fundamental para o agronegócio não sejam desembarcadas no país. A empresa Suíça Ameropa, por exemplo, desviou para os Estados Unidos uma carga anteriormente destinada aos produtores brasileiros.

Com quase 18 mil toneladas de fertilizantes à base de fosfato, a embarcação com o carregamento da Ameropa chegou a atracar no Porto de Paranaguá, no Paraná, em 13 de setembro. De acordo com a Bloomberg, nove dias depois a empresa solicitou autorização para enviar a carga para Nova Orleans, EUA.

No começo do ano, em meio à invasão russa à Ucrânia, havia o temor de uma crise de abastecimento desse insumo. A superação desse cenário envolveu um amplo trabalho da diplomacia brasileira e do Ministério da Agricultura.

 

Oferta recorde de fertilizantes para o Brasil

 

O Brasil depende das importações de fertilizantes para suprir a demanda dos agricultores locais. Assim, o governo Bolsonaro buscou ampliar a oferta e evitar que fossem aplicadas sanções que impedissem o comércio global de fertilizantes. Os russos estão entre os grandes produtores mundiais dessa cadeia.

Como resultado, a importação de fertilizantes para o Brasil de janeiro a setembro de 2022 foi a maior da história para o período. Ao todo, os desembarques desses insumos somaram 30,5 milhões de toneladas entre esses meses, segundo os dados do governo federal.

 

Alta dos preços

 

Os preços praticados, contudo, estão maiores. Em setembro de 2022, cada tonelada desembarcada saiu por quase US$ 620. Esse valor é cerca de 20% maior que os US$ 420 praticados no mesmo mês do ano passado.

“Com os preços em níveis recordes, os agricultores decidiram reduzir os pedidos para proteger as margens”, disse Marina Cavalcante, analista do Green Markets, da Bloomberg. Ela explica que a aplicação do insumo à base de fosfatados pode ser atrasada sem comprometer a produtividade, uma vez que o solo pode reter esse nutriente por um ano.

 

A maior safra da história

 

Em meio a manutenção da cadeia de suprimentos de fertilizantes, o Brasil comemora mais uma safra de grãos recordes em 2022. Conforme as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento, a colheita deste ano soma 270 milhões de toneladas. Para 2023, a previsão é de quase 315 milhões de toneladas.

Leia também: “O agro, o mercado e o supermercado”, artigo de Evaristo de Miranda, ex-chefe da Embrapa Territorial, para a edição 133 da Revista Oeste

 

Matéria elaborada por Revista Oeste: https://revistaoeste.com/agronegocio/com-fertilizantes-em-excesso-brasil-repassa-fertilizantes-para-eua/

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