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Em editorial publicado nesta sexta-feira, 21, o jornal O Estado de S. Paulo desfaz os argumentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre uma suposta postura moderada do Foro de São Paulo. A organização, fundada em 1990 pelo petista e pelo ditador cubano Fidel Castro, reúne partidos de esquerda de diversos países da América Latina e do Caribe.

“O Foro, uma verdadeira frente ampla autocrática, já nasceu retrógrado”, diz o jornal, ao mencionar que a organização subverteu a democracia e desrespeitou os direitos humanos em todos os países por onde passou. “O fracasso em cada um desses compromissos foi retumbante e catastrófico para os povos de países como Venezuela, Cuba ou Nicarágua, mergulhados sempre mais fundo na miséria econômica, social, política e moral por ditaduras militares comandadas por clãs familiares.”

Para sustentar seu argumento, o Estadão lembra os antigos laços de amizade de Lula com o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. O petista perguntou, a menos de um ano, “qual é a lógica” de cobrar um limite ao poder do tirano sandinista e não fazer o mesmo quando se trata de Angela Merkel, ex-chanceler alemã. O petista quis dizer que as seguidas vitórias eleitorais da ex-primeira-ministra, obtidas em eleições limpas, fossem comparáveis ao regime de exceção nicaraguense.

Lula também se mostrou admirado com o “controle” e o “poder de comando” do Partido Comunista da China (PCC). A facção que comanda o país asiático, aliás, foi festejada pelo Foro em 17 de outubro. Na ocasião, o grupo cumprimentou o secretário-geral do PCC, Xi Jinping, por seu “trabalho excepcional para melhorar as condições de vida de seu povo”. Como observa o Estado de S. Paulo, o Foro não dedicou nenhuma palavra de condenação às conhecidas violações de direitos humanos na China.

“Se é flagrante que Lula não conseguiu ‘moderar’ a esquerda latino-americana, é questionável se conseguiu moderar seu próprio partido”, diz o texto. “De fato, a luta do PT se deu com outras armas: uma oposição irresponsável, que sabotou todo tipo de política econômica na expectativa de que a ruína do país favorecesse os projetos de poder de Lula; e um governo ainda mais irresponsável, que subornou parlamentares, aparelhou a máquina pública e atropelou as regras fiscais para sustentar sua ambição hegemônica ao poder.”

O jornal avalia que, assim como outros líderes autoritários do Foro, o PT, quando fala em “democracia”, está se referindo a um tipo específico de democracia — aquele em que seus opositores têm a reputação destruída.

 

Leia também: “O Foro de São Paulo é uma ameaça real”, entrevista com José Antonio Kast publicada na Edição 119 da Revista Oeste

 

Matéria elaborada por Revista Oeste: https://revistaoeste.com/politica/eleicoes-2022/editorial-do-estadao-critica-lula-e-o-foro-de-sao-paulo/

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