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O primeiro turno acabou neste domingo, 2, mas a principal das escolhas continuará por mais quatro semanas. Já existe, no entanto, muita coisa a comemorar — e a mais animadora envolve o Senado. Até este outubro, a maioria dos eleitores via no Senado apenas uma das partes do Legislativo. Desta vez, o aumento do interesse pelos rumos políticos do país mostrou que o eleitorado enxerga nessa instituição um instrumento constitucional para limitar os poderes de um Supremo Tribunal Federal que se considera cada dia mais onisciente, onipotente e onipresente.

Cabe ao Senado — como determina a Constituição, não custa insistir — conter eventuais abusos da Corte, valendo-se da abertura, se for o caso, de um processo de impeachment contra algum ministro. O senador cearense Eduardo Girão, do Podemos, informa que na atual legislatura há cerca de 20 parlamentares dispostos a agir assim. “Acredito que, se elegermos mais dez, conseguiremos fazer um bom barulho na Casa”, disse.

Para desespero dos comerciantes de pesquisas, esse número foi ultrapassado no domingo. Em São Paulo, por exemplo, Marcos Pontes (PL) conseguiu quase 50% dos votos e derrotou o favoritíssimo Márcio França (PSB). No Rio de Janeiro, Romário se reelegeu com cerca de 30% dos votos. A eles se juntaram Magno Malta, no Espírito Santo, e Jorge Seif, em Santa Catarina, ambos do PL, além de Hamilton Mourão (Republicanos), no Rio Grande do Sul, e Tereza Cristina (Progressistas), em Mato Grosso do Sul.

Os efeitos da Lava Jato continuam. No Paraná, o ex-juiz Sergio Moro elegeu-se senador, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, o candidato a deputado federal mais votado do Estado. Em contrapartida, o eleitorado de Roraima aposentou de vez Romero Jucá (MDB), o autor da frase “é preciso estancar a sangria”. Foi a senha para o começo do desmonte da maior operação anticorrupção da história.

Esses e muitos outros assuntos estão detalhados em artigos e reportagens especiais publicados nesta edição extra. A análise da disputa presidencial, feita por J.R. Guzzo, explica o que estará em jogo no segundo turno. Os brasileiros escolherão uma de duas opções: o avanço rumo a uma economia cada vez mais consistente ou o retorno da ladroagem em níveis jamais alcançados.

 

Boa leitura.

 

Branca Nunes

Diretora de Redação

 

Foto: Shutterstock/Estadão Conteúdo

 

Matéria elaborada por Revista Oeste: https://revistaoeste.com/revista/edicao-eleicoes22/carta-ao-leitor-129/

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